Em Moçambique, onde a tuberculose continua a ser um desafio crítico de saúde pública entre as crianças, a história de Eva Evaristo, uma menina de 2 anos de Namacurra, na província da Zambézia, demonstra a implementação eficaz de abordagens inovadoras de diagnóstico e tratamento apoiadas pelo Programa Nacional de Controlo da Tuberculose, financiado pelo PEPFAR.
A jornada de Eva começou quando a sua mãe, a Sra. Goi Luís, percebeu que Eva tinha uma febre persistente e estava a emagrecer. Uma visita inicial à unidade sanitária de Naciaia na sua localidade, não revelou resultados conclusivos, levando a Sra. Goi a procurar uma avaliação mais aprofundada na unidade sanitária de Namacurra sede. Considerando o historial familiar de Eva: A sua avó estava em tratamento de tuberculose a equipa de saúde levantou a hipótese de que ela também pudesse estar infectada pela doença.
A confirmação veio através de um rastreio pouco convencional: uma amostra de fezes. Diagnosticar a tuberculose em crianças é particularmente difícil devido à dificuldade que têm em fornecer amostras de escarro. Em resposta, o Programa Nacional de Controlo da Tuberculose, em colaboração com a C-Saúde e com financiamento do PEPFAR, introduziu uma abordagem diagnóstica alternativa usando amostras de fezes. Apesar de algumas reservas iniciais, a Sra. Goi compreendeu a importância do teste e, com a ajuda da equipa de saúde, conseguiu coletar a amostra. O resultado, dias depois, confirmou o que todos temiam: Eva tinha tuberculose.
A Sra. Goi recorda: “Foi um choque saber que a minha filha tinha a mesma doença da minha mãe. Mas, ao mesmo tempo, senti um alívio por saber que havia cura.”
Após o diagnóstico, Eva iniciou com o tratamento da tuberculose.
“Durante o primeiro mês da medicação, logo notei melhorias. A minha filha estava mais energizada e voltou ter apetite.”
O plano de tratamento da Eva também incluiu apoio nutricional e psicossocial, estes serviços integrados foram essenciais, dado os desafios que a Sra. Goi enfrentou percorrendo longas distâncias até à unidade sanitária e o risco contínuo de reinfecção da Eva dentro da sua própria casa.
Refletindo sobre as dificuldades vividas neste período, a Sra. Goi afirmou: “Foi difícil, mas como mãe, nada me impediu de fazer o melhor pela minha filha. Eu sabia que a cura estava ao nosso alcance e tinha que lutar por ela.”
Após vários meses de tratamento consistente e acompanhamento, a condição de Eva melhorou. A sua recuperação foi comprovada pelo aumento de energia e pelo retorno às actividades normais, atestando o sucesso tanto do regime de medicação como da estratégia de diagnóstico. A Sra. Goi expressou alívio e gratidão: “Agora, a minha filha está curada e saudável. Ela é uma menina cheia de alegria. Como mãe, sinto uma imensa felicidade ao vê-la bem novamente.” A história da Eva demonstra os benefícios tangíveis da adopção do método de diagnóstico baseados em fezes para a tuberculose pediátrica. Entre Janeiro e Dezembro de 2024, a implementação do diagnóstico por fezes resultou num aumento significativo no número de diagnósticos confirmados: de 8 casos de tuberculose identificados em 126 amostras coletadas entre crianças no primeiro trimestre do ano fiscal de 2025, para 54 casos identificados em 485 amostras no quarto trimestre. Essa mudança não apenas salvou a vida de Eva, mas também influenciou a sua avó, que se sentiu motivada a continuar o seu próprio tratamento ao ver a recuperação da neta.
“É fundamental que as comunidades partilhem experiências como a nossa, para que as pessoas saibam que a tuberculose tem cura.” afirma a Sra. Goi, enfatizando a importância da sensibilização. Agora, o próximo passo é garantir que a Eva não seja reinfectada, e a Sra. Goi está comprometida em seguir todas as orientações de prevenção.
A história de Eva é um farol de esperança, um exemplo do impacto positivo que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem ter na vida de uma criança. A estratégia de diagnóstico da tuberculose por fezes é apoiada pela C-Saúde com fundos do PEPFAR, actualmente tem se tornado numa ferramenta crucial na luta contra a tuberculose.
Eva Evaristo, sentada no colo da sua mãe.
"O tratamento da Eva foi um sucesso. Olhando para trás, percebo como esta experiência me tornou mais forte. O mais importante foi seguir todas as orientações dos provedores de saúde. Minha filha agora está bem de saúde, e sou grata por tudo o que aprendi neste processo de cuidado e tratamento," Sra. Goi 
