Nos distritos de Nicoadala e Derre localizados na província da Zambézia, a C-Saúde tem intensificado as suas acções em colaboração com a Direçcão Provincial de Saúde da Zambézia (DPSZ), com o objectivo de oferecer suporte integral às pessoas vivendo com HIV. Compreendendo que a experiência de ser pessoa vivendo com HIV vai além das questões físicas e clínicas, a abordagem psicossocial do Ministério da Saúde (MISAU) busca abordar as diversas dimensões que permeiam a vida das pessoas que vivem com HIV, proporcionando suporte emocional essencial.
Sentimentos de medo, ansiedade e depressão são comuns, nas pessoas que vivem com o HIV, frequentemente intensificados pelo estigma social ainda presente na sociedade. O acompanhamento psicossocial promovido pelo MISAU e implementado pela C-Saúde visa criar um ambiente seguro, onde profissionais capacitados trabalham para desmistificar a condição, auxiliando os pacientes a desenvolverem habilidades que lhes permitam enfrentar o estigma e a discriminação muitas vezes associada ao diagnóstico.
Em Agosto deste ano, dos ditritos de Nicoadala e Derre, o número de pacientes em TARV era de 30.693 entre os quais 864 eram adolescentes e jovens de 15 a 24 anos, e 1.369 crianças de 0 a 14 anos. Um dos pilares deste programa é a promoção da adesão ao tratamento antirretroviral, e o suporte emocional se revela fundamental para que os pacientes enfrentem as barreiras que podem dificultar esta adesão. O acompanhamento psicossocial funciona, portanto, como um impulsionador, incentivando comportamentos saudáveis e promovendo uma rotina de cuidados que respeite as necessidades emocionais dos pacientes.
As relações interpessoais também são profundamente afectadas pelo diagnóstico de HIV. Neste contexto, a C-Saúde exerce um papel vital ao facilitar a comunicação e promover a revelação diagnóstica entre familiares, cuidadores e parceiros. Este suporte é essencial para construir um ambiente de compreensão e acolhimento, permitindo que os pacientes, por meio de grupos de apoio, sintam-se à vontade para partilhar as suas experiências.
Além disso, a identidade e a autoestima são frequentemente impactadas por um diagnóstico de HIV. Através da promoção de grupos de apoio, a C-Saúde oferece um espaço seguro para que os pacientes possam reconectar-se com sua identidade e fortalecer sua autoimagem. O objectivo é ajudar a cada paciente a enxergar além do diagnóstico, reencontrando seu valor individual.
Os profissionais de saúde mental apoiados pela C-Saúde dedicam-se a garantir que os pacientes tenham acesso a cuidados adequados e a grupos de apoio, assegurando que as suas necessidades de saúde sejam atendidas. A educação é outra componente fundamental deste processo; o acompanhamento psicossocial envolve a promoção de informação e esclarecimento de dúvidas sobre o HIV, contribuindo para a desmistificação da doença e incentivando a práticas de saúde seguras.
A saúde mental, intrinsecamente ligada à saúde física, não pode ser negligenciada. O acompanhamento psicossocial inclui um cuidado constante com a saúde mental dos pacientes, abordando questões como ansiedade, depressão e transtornos relacionados ao estresse. Em suma, o trabalho da C-Saúde na Zambézia demonstra que o acompanhamento psicossocial não é apenas uma necessidade, mas uma estratégia crucial para a melhoria da qualidade de vida e retenção das pessoas que vivem com HIV.
